Por Paulo Kliass – de Brasília
Um dos pontos mais discutidos e defendidos por Lula ao longo da campanha eleitoral foi a necessidade de restabelecer uma política de valorização real do salário mínimo. O candidato criticava a ausência de preocupação do governo Bolsonaro para com a questão, além de denunciar também os retrocessos provocados pela reforma trabalhista. Ele sempre fazia questão de remeter para o tempo em que ocupava o Palácio Planalto, quando implementou uma regra que assegurava à remuneração básica dos trabalhadores a reposição da inflação e um ganho real associado ao crescimento do PIB.
Para além dos aspectos relativos ao reconhecimento e ao restabelecimento dos direitos essenciais da grande maioria da população brasileira, o presidente eleito sabe da importância da remuneração dos trabalhadores como sendo um dos componentes fundamentais para qualquer projeto de desenvolvimento nacional, que tenha como centro de sua preocupação as dimensões do econômico, do social e do ambiental. A chamada “renda do trabalho” contribui para assegurar a demanda do mercado interno e pode operar como grande impulsionadora da elevação do consumo, com consequências diretas para um ciclo virtuoso de crescimento com previsão de sustentabilidade no tempo.